Um macaco pulava e pulava. Sim, sim, com seu outros macacos, com a coruja, com o coiote. Sim, o lago já refletia o Sol. Sim, o Sol brilha.
E era noite.
U m s o r r i s o . muito bem.
U m
)O mosquito parou e pousou no ponteiro dos segundos do relógio de meu avô - ou era avô dela? - mas ainda sim o macaco dançava e dançava sendo observado de inúmeras maneiras pelo mosquito.(
E de súbito quem aparece no meio da roda - no meio, para que todos se sintam próximos dela, como a proximidade é o comum hoje - é uma mariposa. Sutil, amarela e negra. Voava sujamente - aos olhos dos macacos - e enegrecia o luar.
Hum, pensava o macaco, um dia vou voar junto dela
)finito, e aqui fecha parênteses(
---)até aqui era o original, ampliado agora(---
Repara bem: o mosquito parado, observa tudo e a todos, faz julgamentos ou apenas olhares. Nada ele sentia: a velocidade dos ponteiros não o afetavam, essa é a magia de qualquer um que atreva - e tenha capacidade - de pousar belamente sobre fino pedaço de alumínio.
Sabia o mosquito que seria atacado pela mariposa cedo ou tarde. Disso ninguém de sua raça escaparia.
Com nada se preocupava - aparentemente - e continuava a tudo observar e irreparar na velocidade ou no giro que dava.
--------
Hoje, eu, Borbas, tenho medo da morte, como é normal. Sei que disso não consigo escapar - ninguém consegueria.
Mas é isso que me dá vontade: a chance de ser silencioso e imortal, gritando e batendo.
terça-feira, 3 de julho de 2007
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5 comentários:
só pq vc pediu p. eu comentar =]
dps eu JURO q ainda leio o texto da pena e leio aqui, tá?
AMO VC!!!
esse texto me lembrou um diálogo de dawson's creek.
a joey tinha ido visitar uma faculdade e conheceu uma pessoa lá. e eles travam uma conversa bizarra sobre donuts e pontos de vista.
imagine q vc é uma formiga em cima de um donuts. para vc, formiga, o mundo é reto. Mesmo q o donuts seja, como sabemos, um donuts.
mesmo que um donuts possa ser um ponteiro - e que esse ponteiro indique algo.
e que esse algo seja tudo - menos o ponteiro e o que ele indica (no caso, as horas)
medo de morrer, borbas?
tenho não.. tenho medo é de viver. de viver mornamente.
de viver no meio termo.
de viver olhando uma guia cinza - cinza porque estou passando rápido demais e não posso ver que ela é, na verdade, composta de partes pretas e brancas.
E o que será, afinal, melhor? Ser uma mariposa com seu vôo sujo ou um macaco que nada vive, apenas existe?
O gde problema de morrer é, no segundo final, olhar pra trás e ver que nunca viveu...
(texto ótimo.. como sempre. Será que o Borbas será um brilhante escritor fracassado?
E será q é melhor ser um brilhante fracassado ou um medíocre renomado?
Eu fico com o primeiro... afinal, quem falará sobre mariposas e macacos?)
(E se um dia vc ganhar dinheiro, doe uma parte dos seus bens para a futura jornalista fracassada que nem sabe se conseguirá ser brilhante - eis aí o medo de apenas existir...)
em parte, o texto me lembrou quadrilha..
e alguns traços me lembram características orientais.
ouvir atentamente, formar julgamentos, observar. e calar. sabe?
alheio a uma situação.. é observador.. mas, de certa forma, não integra a cena. Estranho, não? A pessoa mais apta -teoricamente- a avaliar a situação é sempre aquela que está fora da influência do tempo e fora da cena.
Preciso refletir muito sobre esse texto antes de dizer o que penso aqui...
Como sempre seus textos são muito complexos, profundos.
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