quinta-feira, 8 de novembro de 2007

_culinária retropofágica

)esse post é teu(.)(

Cansei de escrever sobre mosquitos, relógio, salas borgianas. Cansei de escrever com a cegueira de Saramago, com a nitidez de Machado e com palavras que nada significam, senão tudo. Cansei de falar de sexo e ser incompreendido - isso sem tocar no ódio que criei aos porcos que não se identificam e à ignorância de algumas mariposas e a astúcia de uMA única )pois ser mais claro nisso é pedir a carta violeta e puxar o gatilho(. Cansei de me sentir culpado por não escrever Ricardo da maneira certo - não sei e ponto! - assim como me cansei de servir de aquário: pasmem, o vidro quebrou e o peixe agora está se contorcendo ao seu pé - mas mesmo assim, N-A-D-A. Cansei de esperar por um risco na parede...aí o vai: ||| L |||

Verme, tu, vamos! É liberdade, também, fechar-te e ver a escuridão - fica com ela, não quero vê-la, guarda; lembra que um dia esse breu não mais se conterá no cubículo de tua mente e aflorará, não tema pelo pior.

Verme, verme. Roa - nem isso será que consegues fazer? será que, teus dentes, foram-lhes arrancados na infância? Viva, coma, reproduze-te - é difícil pedir wits quando só o que se têm no mundo são drogas, drogas, drogas e um pouco de conhecimento )argh, que nojo!(.

)Ôpa, a vida é uma realidade que inexiste.(

Ok, admito: sou um hipócrita. Um verme de quinta categoria: rôo, algo, drogo-me a cada mordida. Sabei, um pedaço, pequeno que valha infinitude da possibilidade, é o pecado, o primeiro que se rói é pior que a tragada de um cachimbo divino - minto, cada fatia de carne que mastigo se conclui com um pouco de LSD. Putos que sois. )sabei que de dia sou tão verme quanto vos e que à noite existe como um vôo na brisa, não? pois relembrai.( Puto que sou. Sempre que a noite chega - maledeta, mantém sua perseguição? não cansa? - e minha viagem pelas estrelas se inicia, vejo, ao fundo, no Orizonte, logo ao fim do túnel - vede, agora? se não, nunca mais o vereis - um pássaro estranho, amorfo - morfético - e branco. A cada segundo que passa no relógio, sinto-me que me aproximo - ou que se aproxima, tantufas - de sua existência. Com a experiência dos anos, aprendi que - atarantai-vos - só podia sair desse nefando túnel, só notava o fim do Orizonte quando todo o vermelho da alvura daquilo evaporasse. Creio em coincidências; sempre que o pássaro caia ao chão, a manhã estava nascida, e àquela carne, repudiosa, assassina, queria distância - era meu prato predileto esse pássaro, porém comer minha própria vítima me é retropofágico em demasia.

Não me desconcentrai! Vós, alimentados por pílulas vitamínicas e comprimidos de sa)pis(is)ência( minerais, ignoram o instinto selvagem: libertai, comai da carne sem rancor, pois dessa é que surge todo o saber - credes n'índios ou n'outros? - e toda liberdade.

Como já dito, é o mundo dos vícios e das drogas, drogas, drogas e do conhecimento. Quero o mundo meu. E quero teu mundo para ti.

)o não é um sim com nome outro e repercussão única. Algo muda?(

Aja, verme, como quiseres. Saiba que isso que te alimenta é, por demais, o pior de todos os sóis: cega e esquenta, agita e guia. Puto. Prefiro minha carne - e que roa!